O que é

A vitamina D é reconhecida por sua importância na saúde dos ossos. Mais de 90% dela é obtida da produção endógena, iniciada na pele e com a participação da radiação solar.

Produção

A pigmentação da pele e a idade afetam a produção de vitamina D. Indivíduos com fototipos altos (pele mais escura) podem ter sua produção de vitamina D diminuída, já que a melanina absorve a radiação UV na epiderme. A diminuição dos níveis de vitamina D nos idoso é bem conhecida.

Além da produção na pele, a vitamina D pode ser adquirida através da dieta ou por suplementação vitamínica. Ainda não existe comprovação específica de que a vitamina D esteja relacionada a redução do risco de câncer dos órgãos, diabetes, morte cardiovascular, esclerose sistêmica, entre outros.

Fotoproteção

O uso adequado de fotoprotetores reduz de forma significativa a quantidade de radiação UVB que atinge a superfície cutânea, podendo interferir teoricamente na produção de vitamina D. Entretanto, na prática, o protetor solar não é aplicado na quantidade adequada e com a frequência e regularidade recomendadas, permitindo que suficiente radiação UVB atinja a superfície da pele para produção de vitamina D.

O horário recomendado para tomar o sol e estimular a vitamina D é de 10h ao 12h. Segundo estudo publicado por De Paula e cols*, avaliando o nível de radiação na cidade de São Paulo durante o período de 3 anos, a exposição não intencional ao ambiente externo pelo tempo de 10 minutos diários, somente das mãos e face, seria suficiente para a produção adequada de Vitamina D em pessoas de Fototipo II (pele clara).

Os dados apresentados pelo estudo já consideram os dias nublados e chuvosos, portanto, somente 10 minutos de exposição ao ambiente externo, qualquer que seja o clima, somente de mãos e face, seriam suficientes para a produção de vitamina D na cidade de São Paulo.

Recomendações

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) faz algumas considerações sobre a Vitamina D através do Consenso Brasileiro de Fotoproteção. São elas:

– A exposição ao sol, de forma intencional e desprotegida, não deve ser considerada como fonte para produção de vitamina D ou para a prevenção de sua deficiência;

– O uso de protetores com FPS superior a 30 é recomendado a todos os pacientes acima de 6 meses;

– Pacientes considerados como sendo de risco para o desenvolvimento de deficiência de vitamina D devem ser monitorados através de exames periódicos e podem utilizar fontes dietéticas ou suplementação vitamínica para a prevenção de deficiência de vitamina D;

– São considerados fatores de risco para o desenvolvimento de Deficiência de Vitamina D:

> Pessoas com pele escura (fototipo V e VI);

> Pacientes com síndrome de má absorção;

> Obesos mórbidos.

– A SBD continua a estimular a população a evitar a exposição ao sol sem a adequada proteção, especialmente no período de maior risco, entre 10 e 15h.

Um estudo promovido pela SBD identificou que a utilização do fotoprotetor e exposição leve ao sol não afeta a capacidade de síntese cutânea de vitamina D. Os voluntários foram divididos em três grupos: confinados da exposição solar por 24h, expostos a dose suberitematogênica de sol com e sem fotoprotetor tópico (FPS 30).

Seus níveis plasmáticos de 25-OH-vitamina D foram medidos na manhã antes da exposição solar e também na manhã seguinte, permitindo o cálculo da variação dos níveis plasmáticos no intervalo de 24h.

A pesquisa revelou que a variação dos níveis plasmáticos de vitamina D foi cerca de 4ng/ml maiores para o grupo exposto com filtro solar do que para o grupo confinado, mostrando que ocorreu síntese efetiva de vitamina D após breve exposição ao sol, mesmo com filtro solar. A diferença da variação dos níveis plasmáticos de vitamina D entre o grupo exposto com filtro solar e o grupo exposto sem o filtro não atingiu diferença significativa, indicando que não houve prejuízo à síntese de vitamina D.